domingo, 17 de julho de 2011

Lisboa, anos 50/60

O nome (Marques Gastão) estava-me no arquivo onomástico da memória, e até, visualmente, o vulto vago do jornalista. O livro, esse, estava no chão da loja do alfarrabista, o que queria dizer que eu daria por ele 50 cêntimos ou, quando muito, 1,00 euro. Depois, o meu amigo H. N., umas semanas mais tarde, ofereceu-me o outro volume, de capa vermelha, que eu não tinha visto, provavelmente.
Marques Gastão deverá ter sido um "jornalista-residente de aeroporto": nomes conhecidos que chegavam à Portela, ele fazia-lhes algumas perguntas - e os jornais, mais tarde, publicavam, dando a notícia da chegada da celebridade, a Lisboa. De Ava Gardner a Vittorio de Sica, de Érico Veríssimo a João Cabral de Melo Neto e Cecília Meireles, de Orson Welles a Ray Myland, de John dos Passos a André Malraux, o espectro de personalidades é enorme e variado.

As perguntas do nosso jornalista é que, de uma forma geral, revelam um provincianismo rural daqueles anos 50/60 portugueses, mas também, algumas vezes, a pequenez de horizontes de muitos dos entrevistados. Ou a sua soberba desmesurada. O mundo era outro, realmente, e a globalização estava ainda muito distante. Na imagem ficará, em relação a Marques Gastão e Melo Neto, uma amostra do diálogo e entrevista efectuada. Bastará clicar sobre a imagem, para aumentar e ler estas palavras de outro século.

para H. N..

7 comentários:

  1. «- Arrisco-me a confusões com tal classificação, não lhe parece?» Santa Rita de Cássia!!!!

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  2. Há dislates e dislates, MR, só visto!, mas não só do Marques Gastão...E há inúmeras fotos dele com as celebridades. Ambos os livros têm dedicatórias ao Dr. Paulo Rodrigues.

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  3. Diria que estão bem um para o outro... mas quem sou eu? :-)

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  4. A opinião é livre, e eu também concordo consigo, c. a..

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  5. Paulo Rodrigues acho que era secretário do Salazar.

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  6. Creio que sim. Julgo que foi Ministro da Presidência, ou quejandos...

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